expr:content='data:blog.isMobile ? "width=device-width,initial-scale=1.0,minimum-scale=1.0,maximum-scale=1.0" : "width=1100"' name='viewport'/> Luiz César Rangel: Quando é Que "Ninguém" Se Torna "Alguém"?

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Quando é Que "Ninguém" Se Torna "Alguém"?


Poster do Filme "Ninguém", Primeiro Filme de Luiz Rangel Como Diretor, Estreou no 30° Festival de Gramado


Era o ano de 2001, eu me encontrava nesta época morando sozinho em Porto Alegre, tinha apenas três anos de moradia no Rio Grande do Sul e tirando as pessoas do meu convivio profissional eu era muito sozinho e sem amigos no Estado (é dificil se fazer amigos no Rio Grande do Sul, mas quando os fazemos temos amigos para o resto da vida), neste ponto da minha vida eu já havia produzido imuneros filmes para outros colegas, alguns para cursos de atores, outros para diretores iniciantes e a maioria para diretores veteranos e todos me cobravam se eu não iria produzir e dirigir um filme meu e a minha resposta era sempre a mesma: "Um dia eu faço"

Bom, este dia chegou e decidi que iria faze-lo, sendo assim o fiz e o filme foi o curta metragem "Ninguém" que teve sua estréia no 30° Festival de Cinema de Gramado, claro que tendo o temperamento que eu tenho, ingressei na época com dois filmes.

Nem preciso dizer que como todo nascimento a produção deste filme foi um misto de felicidade e tristeza, felicidade pelo fato de algo ter se iniciado e tristeza por poder ver em outro posicionamento o quão mesquinho é o meio audiovisual se enxergando pela ótica da direção, o quão é doloroso ser julgado por pessoas que entendem tudo de cinema sem nunca terem feito um unico filme, o quão é chato ver um colega ser cumprimentado e profetizado por alguém do festival e já ser avisado que a noite ele será premiado (detalhe: antes da exibição do filme), quão é triste a fogueira de vaidade que arde e esquece o verdadeiro intuito de se fazer arte, que é tocar a consciencia do publico, ao invés disso vemos a distribuição desvairada de prêmios dados a cartas marcadas e figuras tarimbadas do meio, na minha opinião vergonhoso.

Quero deixar aqui registrado que já fui jurado de diversos festivais e sempre briguei e lutei (consegui todas as vezes) que os premios fossem dados para os verdadeiros merecedores, estranho que ninguém me chama mais para ser jurado, interessante né? Faz parte.

Retornando ao assunto:

Mesmo o "Ninguém" sendo um filme que esboça um desabafo sobre a solidão, ao contrário de muitos outros filmes que se criam em argumentos de sábios da Europa Oriental do Século XI, mesmo ele sendo um filme feito com suor , recursos próprios e precupado com o espectador, ao contrário de obras que são feitas com dinheiro público e se preocupam apenas com o ego de seus realizadores, o filme na época foi ignorado e até mesmo eu acreditei que ele ficou no esquecimento, triste isso não é verdade?

Mas é aí que está a grande surpresa da vida, o "Ninguém" hoje virou um Cult Movie e é sempre comentado, me surpreendendo e surpreendendo a todos que nele estiveram envolvidos.

O filme na época foi feito com recursos próprios (vendi meu carro, fiquei quase um ano a pé), as locações utilizadas eram as dependencias da própria produtora e a atriz era uma atriz iniciante que felizmente após este trabalho pode ingressar no meio e realizar bons trabalhos.

Hoje tenho a felicidade em dizer que "Ninguém" virou "Alguém" e que muito do que hoje acontece se deve ao fato dele ter nascido.

Bom Filme:


Entrevista na TV Bandeirantes Sobre o Filme:



Um abraço,


Luiz Rangel

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